segunda-feira, 26 de março de 2012

Para Minha Madrinha




Um cheiro de café corre o cosmo da cozinha 
um afago invade o sono repleto de bons sonhos
a fresta da janela convida o sol
que despeja seu tapete escoltando as formigas

a doce mãe não é minha mãe
mas sei que sou seu filho
nesse regaço de infância
sempre vivo na lembrança

naquela casa da Rua Olavo Bilac
de certo a gente ouvia estrelas
todas acesas por Dona Conceição
e ninguém perdia o senso

pois ela possuia o dom
de devolver muito mais em troca
todo o amor que recebia
daquele garoto de seis anos

que sonhava fugir de casa
e morar naquele oásis
cheio de miolo de pão
em meio ao chocolate quente

o sorriso dela sempre teve
esse jeito de eternidade
que alegra o coração
com um jeito menino



hoje eu sei a resposta
do sublime mistério do natal
Dona Conceição e o Papai Noel
eram a mesma pessoa

E o natal
seguia o ano todo
ficava recolhendo as pepitas
dos sorrisos de dona Conceição

Um comentário:

  1. LINDO!Linda Madrinha que te fez conceber este poema e seguir acendendo estrelas em outras ruas.

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