quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

INSÔNIA






Depois de tantas horas...
Maldito frescor da aurora
que só o insone sabe o quanto dói...
adagas que despencam das flores
na forma de orvalho.
Tudo correu preguiçoso
enquanto as rugas do lençol
ficaram marcando a pele.
Ouvimos os barulhos da noite
galos, corujas e bêbados
Ensaiaram suas performances.
O vazio tem gostos variados
em meio a diversidade seca
das muitas formas de morrer.
A insônia nos rouba a morte diária
nos deixa a vontade de morrer
de foma quase absoluta
passando a manhã a faca
para acordar de fome
já sabendo que a comida
espera fria na mesa.
Meu problema nunca foi a insônia
mas ter a sensação de que a noite
não foi feita para dormir.
Vampirescamente espero o sol...
para não querer encontra-lo,
pelo menos nesse fulgor mórbido
que chamamos de aurora!

Nenhum comentário:

Postar um comentário