domingo, 9 de outubro de 2011

Escolho o Sonho!




Lutar contra a realidade...bah!
Não existem outros caminhos
Baixem a cabeça pobres mortais
O ministro já nos disse
O que temos de fazer

Para que combater
Eternamente os moinhos
Só existe um caminho
Que nos conduzirá a eterna
Vontade de (re)partir o bolo

Mas o problema básico
É que o povo saliva sonho
Desejo, vontade
E a vida passa rápido
Pela janela do quarto
Sem bolo, sem sonho, sem nada

Outro dia um menino
Cheio de esperança
Hoje um homem cego pela carência
Que não percebe com clareza
Sua riqueza de necessidades
Sua infinita vontade de sonhar

Nos dizem que só temos sonhos
Que tudo já foi explicado
Nos pedem paz para trabalhar
Ah... tanta soberba incontida
Em forma de flatulência verborrágica

Esqueceram-se que a materialidade desse mundo
Foi feita em parte por Quixotes
Que um dia arremeteram
Contra os moinhos de vento
E os antigos sonhadores
Ficaram cegos de estatística

Submersos em tanta realidade
Perderam o contato do cotidiano
Não ouvem mais os gemidos
Nos rotulam de atrevidos
De sonhadores inconsequentes

Mas sabemos que a vida
É feita de sonhos
A realidade é o sonho construído
Com matizes de pesadelo
E traços de felicidade
Uma garatuja
De tragédia e contentamento

Vamos bravos Quixotes
Sonhar mais um sonho impossível
E submersos em tantos "nãos"
Construíremos um novo mundo
No frescor dos ventos dos moinhos

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