sábado, 22 de outubro de 2011

Sinfonia dos Cães





O Sono não vem
Sento-me no parapeito da janela
Meus olhos
tentam buscar um sentido novo
no tilintar das luzes da cidade.
Caminhos retos e tortuosos
levam-me para olhares etéreos
Eu penso em pular pela janela
e rumar ao infinito,
orbitar o tilintar das luzes
flutuar no vapor de mercúrio.
A sirene da polícia rasga aflita
o silêncio da madrugada.
Um cachorro começa a latir
depois outro, outro e mais outro.
Que bela sinfonia!
Nem Beethoven faria algo
tão complexamente simples.
Estou regendo a madrugada
uma caneta como batuta.
Estou regendo do 9o andar
a nona sinfonia dos latidos e ganidos
e o tilintar das luzes
me aplaude de pé.

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