terça-feira, 4 de outubro de 2011

Um século de Quintana



Silêncio...vai passar o mestre das palavras
uma criança escrevendo
com a sopinha de letras.
Um anjo sem asas
reclamando que a vida
tem a mania de passar rápida
ao ritmo dos passos
de uma diligente preguiça.
O azul incontido dos olhos
derrama-se bondoso
pelas frases cortantes
e a nós resta montar na utopia
torcendo como um deus mortal
que continuemos acreditando
na verdade ilusória dos milagres
pois a crença é autofágica.
O pão nosso de cada poesia
nos dai hoje
para seguir viagem
e buscar o impossível.
O sorriso de Quintana
com os olhos marejados
de morte e eternidade
está a espreita...e nos avisa:

"Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!" 

3 comentários:

  1. Um mestre homenageando outro ;)
    Narah

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  2. maravilhoso Erasmo, vc com o to que de Quintana é uma bênção.... eterna a alegria de conviver... inspirada em nosso mestre... abraços, adorável vc poeta!

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  3. Que belo. Uma justa homenagem a um mestre que soubve fabricar sentimentos com letras e nos transportar às dimensões universais do gênero humano.
    Macário

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