segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Reflexões do Astronauta



Pequeno feto
flutuando poético
no líquido aminiótico
da espaçonave

casca de noz
orbitando o grão
de poeira cósmica
cheia de vida

vê pelo vidro
as núvens azuladas...
manchas inconstantes
de sonhos e realidades

olha surpreso
nota que o interno
é tão grande
quanto o externo

diante do futuro
dos abismos negros
o que fazer do grão
torna-se ínfimo...

e o grão do grão
chora a mediocridade
de seres minúsculos
lutando pela poeira

"A terra é azul"
o negror do nada
ressalta a felicidade
de pertencer a algo

caindo do céu
retorna ao ventre
cálido e acolhedor
da Gaia brilhante!

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